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Vieira (Concha)

AtuaLmente, a concha é o símbolo do peregrino. A concha é bastante usada e pode ser usada qualquer uma e de qualquer tamanho. Ela pode ser pendurada em qualquer lugar, por exemplo, no pescoço, mas o mais comum é vê-las penduradas nas mochilas dos peregrinos que vão a pé ou nas bagagens dos peregrinos de bicicleta. Significa proteção e busca de conhecimento e devemos devolvê-la ao mar depois de completado o caminho, o que significa que o seu caminho só estará completo quando chegar a Finisterra, segundo alguns. Assim você agradece pela proteção e diz que o conhecimento adquirido não é seu e sim de todos, e que você o disponibiliza a todos.

 

Mas, pesquisando um pouco, podemos encontrar várias versões para sobre como a concha se tornou um símbolo da peregrinação. 

 

Antigamente, ao longo da Idade Média, não existia a Compostela impressa (o certificado), nem os albergues e igrejas para carimbar os passaportes dos peregrinos, então, uma forma de comprovar que alguém tinha feito o Caminho era trazer uma concha na volta.

Depois de alcançar Santiago de Compostela, os peregrinos iam até Finiesterre, a 100 km ou três dias caminhando, escolhiam uma bela concha no mar e levavam como prova. No caminho de volta, a concha era usada para beber água, para cortar alimentos, etc. 

 

Mas sempre existem as lendas, não é? Bom, depois da morte de Santiago, os seus discípulos levaram o corpo de barco para a Penísnula Ibérica, certo? Mas, dizem que um violenta tempestade atingiu a barca e o corpo do apóstolo caiu no mar, tendo-se perdido. Contudo, depois de algum tempo, deu à costa sem estragos, coberto de vieiras. Muito parecida com essa versão, aconteceu depois, em 1532 a narração sobre em suposto milagre que havia originado esse antiquíssimo costume. Segundo essa nova versão, um príncipe vinha cavalgando partindo de terras longínquas com o único objetivo de conhecer e orar frente a tumba do Apóstolo Santiago quando sofreu um ataque de uma serpente. O seu cavalo começou a corcovear e pondo-se a galope correu com a sua montaria em direção ao mar. O animal arrojou-se à água com o seu cavalheiro, o príncipe a ponto de se afogar encomendou sua alma a Santiago. Minutos depois, seu corpo emergiu das águas totalmente coberto de conchas de vieira. A partir desse momento os peregrinos a Santiago se identificaram com as conchas marinhas.  

 

Mas temos ainda o estudo semântico de sua palavra, extraído do livro "A Influência de Crenças e Símbolos”, que aparece primeiramente nomeada de “Concha Veneriae”, o que na língua galega transformou-se em Concha Vieira. É possível que, devido a ser o símbolo da fertilidade, dizendo respeito à sexualidade, portanto a palavra venéreo seja esta a sua significação correta. Porém, lhe dão também outros significados, como Veneriae com o sentido de venerar e ainda Vieira, com o significado de Via, Caminho. Foi um símbolo pagão indissoluvelmente ligado à deusa Venus, que segundo o mito, surgiu na ilha de Chipre, gerada dentro de uma concha, por geração direta do céu Urano e da umidade do mar. Era chamada por isso pelos gregos de Venus Genitrix. Venus foi na Antiguidade a patrona das enseadas marítimas e também dos navegantes. Acreditava-se que recebia com amor maternal em seu seio os náufragos. Foi cultuada, sobre uma concha pelos Druidas que cruzavam o Caminho de Compostela e iam fazer suas asceses no Finisterra, extremo de praia galega, conhecido então no continente europeu onde, segundo crenças pagãs, sobreviventes sábios de um dilúvio ali haviam aportado e deixado suas energias espirituais. Na crença de que o mar seja a origem geradora da vida, e tendo a deusa de um amor tão carnal como espiritual saído de uma concha, esta passou a representa a fecundidade. A concha é então relacionada ao seio materno, à vagina feminina, ao útero, lugares de nascença.

 

A concha, além de ser uma metáfora do peregrino: como as ondas do oceano arrastam conchas de vieira para as costas da Galiza, a mão de Deus guia os peregrinos para Santiago. No passado, os peregrinos apresentavam-se em igrejas, castelos, mosteiros, etc. ao longo do Caminho e podiam contar com oferta da comida que conseguissem recolher com uma colherada da concha. Provavelmente davam-lhes aveia, cevada e talvez cerveja ou vinho. Dessa forma, até as casas mais humildes podiam ser caridosas com os peregrinos sem risco de serem sobrecarregadas. 

 

Fonte: Wikipedia e Google.

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